Resenha dupla: O Circo Mecânico Tresaulti, de Genevieve
Valentine
e O Circo do Dr. Lao, de Charles G.
Finney.
Olá, leitores!
Hoje quero apresentar-lhes e até
dar-lhes um pouco de nostalgia – com um toque de magia, claro! – dois livros… Aliás,
dois circos! Sim, isso mesmo que você leu: circos.
Recentemente, mais ou menos há dois
meses, tive a oportunidade de ler O Circo Mecânico Tresaulti, de Genevieve Valentine (1981), e O
Circo do Dr. Lao, de
Charles G. Finney(1905 – 1985), ambos falam, obviamente, de circos distintos.
Autores de épocas diferentes, que contam histórias diferentes, em tempos
diferentes.
Genevieve tem uma forma excepcional de
nos apresentar a história de cada personagem e expressar suas falas e
pensamentos no decorrer de O Circo Mecânico Tresaulti, deixando o leitor completamente
preso nas aventuras de cada componente do circo que deixa qualquer um de
cabelos em pé.
Finney
já relata a forma como vários personagens veem o circo que chegou à cidade e
Abalone, Arizona, pegando o leitor pelas rédeas com sua maneira filosófica de
tratar os fatos.
Há
diferenças entre os dois autores, claro. A começar pela época em que vivem: O
Circo Mecânico Tresaulti é
o livro de estreia de Genevieve Valentine, que ainda vive entre nós, seres humanos;
Finney morreu em 1875, mas escreveu O Circo do Dr. Lao de uma maneira tão convincente e
compatível com certas realidades atuais que você nem percebe que o cara já
voltou ao pó.
Tresaulti
é um circo que, pelo que aparenta, existia entre as primeira e segunda grandes
guerras mundiais, formado por sobreviventes e vítimas das desordens
guerrilheiras que, com a ajuda de Boss, a dona do circo, adquiram partes
mecânicas. Às vezes narrada por Little George, às vocês pela voz de um
desconhecido, a história é dividida em capítulos que vão ao passado e ao futuro
de cada componente daquele circo. Uma trupe perseguida por um homem do governo,
que queria desvendar seus mistérios, usar a habilidade mecânica de Boss para
atribuir forças extras a seus exércitos.
O circo
do Dr. Lao, quando chega à Abalone, deixa impressões marcantes na mente dos
habitantes daquela pequena e depressiva cidade. Primeiro por que é dotado de
criaturas mitológicas, divindades e personagens inusitados, o que deturba um
pouco a mente das pessoas. Segundo: as pessoas começam a interagir com as
criaturas do circo. Há até uma parte em que um dos personagens conversa com uma
serpente marinha.
Os dois
livros, além da temática retratada, têm um ponto em comum que se torna tão
interessante quanto qualquer fato semelhante nas histórias: filosofia. Sim,
filosofia.
As duas
formas de escrever, vindas de épocas diferentes, como já mencionei, fazem com
que o leitor associe fatos fictícios citados com verídicos da realidade, o que
torna uma leitura interessante e cheia de surpresas.
De
fato, ler sobre circos nunca foi tão incansável! Valentine e Finney, por
fazerem menção à temática de pessoas que levam uma vida completamente nômade,
tornando as histórias realistas e de fácil assimilação, adorariam ter se conhecido.
Acho que tal amizade teria proporções devastadoras – num bom sentido.
por Alexandre de Almeida (perfil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário